Caso Wesley Murakami: Justiça nega recurso e mantem condenação de médico acusado de deformar pacientes
11/11/2024
Médico usou PMMA no rosto e nos glúteos de 14 pacientes, que tiveram deformidades permanentes. Pena é de mais de 9 anos de prisão. Justiça mantém condenação e médico Wesley Murakami
A Justiça negou o pedido da defesa e manteve a condenação do médico Wesley Murakami, acusado de deformar pacientes. Ele foi condenado a 9 anos, 10 meses e 10 dias de prisão pelo uso de PMMA que deformou os rostos de pessoas em Goiânia e Brasília.
Em nota, a defesa do médico disse que irá apresentar recursos porque acredita que existem questões do processo que precisam ser rebatidas (veja nota completa abaixo).
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A decisão foi publicada após audiência realizada no dia 29 de outubro de 2024. Wesley Noryuki Murakami da Silva foi condenado por lesão corporal gravíssima contra nove pacientes que realizaram procedimentos estéticos com ele.
A defesa apresentou recurso contra a condenação de mais de 9 anos de prisão alegando ausência de provas que confirmassem a materialidade do crime, e pedindo a anulação de laudos e exames periciais, entre outros argumentos.
“As provas coligidas ao longo da instrução processual demonstram, de forma inequívoca, a materialidade e autoria delitivas, inviabilizando a tese defensiva de ausência de elementos suficientes para o decreto condenatório”, diz decisão da desembargadora Rozana Camapum.
A defesa de Wesley solicitou ainda a redução da pena para o mínimo legal e a substituição pela pena de multa. O pedido também foi negado pela Justiça.
“A pena foi fixada dentro dos parâmetros legais, com a correta negativação das consequências do crime, considerando o sofrimento psicológico e financeiro das vítimas, que foram afetadas de maneira intensa e prolongada pelas deformidades”, diz o texto sobre o pedido de revisão da pena.
O g1 fez contato com a Polícia Penal, que informou que Wesley Murakami não está preso no sistema prisional do estado.
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Sobre os casos
Médico Wesley Murakami, em Goiânia, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Os casos acontecerem entre os anos de 2013 e 2018 e deixaram pacientes com deformações permanentes no rosto e nos glúteos.
A condenação cita na sentença que Wesley estava ciente dos resultados negativos, dores, transtornos, constrangimentos e deformidades que atingiu as vítimas e mesmo assim continuou praticando os procedimentos, sem se importar com as consequências e assumindo o risco plenamente conhecido por ele.
Segundo a acusação, o denunciado não possuía autorização do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (CRM-GO) para a realização de procedimentos estéticos, excedendo assim os limites do exercício da medicina.
Consta ainda que, após a realização desses procedimentos estéticos, as vítimas iniciaram uma fase de recuperação extremamente dolorosa e prolongada. Além de sofrerem sequelas permanentes, alguns se submeteram a procedimentos reparadores, sem a assistência do médico, conforme constatado nos laudos periciais.
A sentença cita ainda que a acusação disse que Wesley usou toxina botulínica, sem habilitação legal.
Murakami também já foi condenado a pagar indenização de R$ 60 mil para uma das clientes que ficou com sequelas após um procedimento estético. Para outra, ele foi condenado a pagar quase R$ 24 mil por causa do mesmo problema.
NOTA DA DEFESA
A defesa respeita a decisão do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, entretanto ainda há questões processuais que devem ser debatidas e, por essa razão, entraremos com os recursos necessários, a fim de que seja cumprido integralmente e de modo justo, o devido processo legal.
André Bueno. Advogado.
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